quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Projeto capacita professores para levar a biodiversidade local para as salas de aula do entorno do Tumucumaque

O projeto Biodiversidade nas Costas - Tumucumaque tem como objetivo a formação de professores  da rede pública dos municípios amapaenses do entorno do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, tendo a biodiversidade como tema motivador.

A ideia é preconizar o estudo dirigido dos principais debates científicos e políticos mundiais sobre biodiversidade, visando a elaboração participativa de instrumentos educacionais e peças de comunicação para mobilização e engajamento social na temática.

A concepção inicial dos instrumentos educacionais foi desenvolvida por professores e alunos dos Colegiados de Ciências Biológicas e Geografia da Universidade Federal do Amapá e esses materiais estarão contidos em um kit-mochila (daí o nome “Biodiversidade nas Costas”) para formação e aplicação em espaços educadores do estado (salas de aula, Unidades de Conservação, ONGs locais e fóruns sociais). Com esse objetivo, busca-se consolidar a agenda ambiental a partir da temática biodiversidade nos currículos escolares e demais circuitos de aprendizagem no Estado do Amapá.

O texto base trabalhado foi o Plano de Manejo do Parque, aprovado desde março de 2010, e foi resultado da análise de um conjunto de estudos que focaram em investigações sobre fauna, flora, características socioeconômicas das comunidades do entorno e demais aspectos que compõem a rica paisagem natural e social dessa porção do Amapá.

Traduzir esse documento para uma linguagem mais didática e, até mesmo, lúdica, propicia o acesso da população amapaense à compreensão mais detalhada sobre seu estado.

O Projeto Biodiversidade nas Costas - Tumucumaque atenderá educadores do Plano Nacional de Formação de Professores (PARFOR) que atuam nos municípios de Oiapoque, Calçoene, Serra do Navio, Pedra Branca do Amapari e Laranjal do Jari. A oficina que ocorrerá no período de 20 a 25 de fevereiro, em Macapá, contemplará a próxima fase do Projeto, a elaboração das estratégias pedagógicas de inserção dos instrumentos educacionais no cotidiano escolar, ou seja, como desenvolver atividades com os alunos a partir desses materiais. A oficina terá dois momentos, do dia 20 ao 22 no Auditório da Secretaria de Estado do Meio Ambiente; e o segundo que ocorrerá nos dias 24 e 25 nas dependências do Museu da Imagem e do Som (Teatro das Bacabeiras).

Este projeto faz parte do Programa Educação para Sociedades Sustentáveis da WWF-Brasil e é uma iniciativa do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, em Parceria com o IPEC - Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado e a Universidade Federal do Amapá.

Informações: 3243 1555 / 8129 5107 / 8806 5122

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Operação combate caça ilegal no Paque Tumucumaque e Flona do Amapá


Como parte do Programa de Proteção do PNMT e da FLONA, o ICMBio e o Batalhão Ambiental realizaram na segunda quinzena de janeiro operação de fiscalização no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque e Floresta Nacional do Amapá. Foram encontrados três caçadores nestas unidades de conservação, um próximo ao rio Feliz e dois próximos ao rio Falsino.

Os caçadores portavam armas longas sem registro, inclusive de características cujo porte não é permitido, e por isto foram conduzidos pelo Batalhão Ambiental para as delegacias de polícia civil de Pedra Branca do Amapari e Ferreira Gomes. Foram apreendidas 4 espingardas, munição, um badoque (arma artesanal utilizada em armadilhas), duas pacas (Agouti paca) e um veado-mateiro (Mazama americana). Verificou-se a presença de quantidade expressiva de penas de mutum e restos de outros animais na área do rio Falsino, indicando que a caça no local é recorrente. 

A caça é uma atividade proibida nestas áreas por ameaçar a integridade da vida silvestre local, que é protegida pelas Unidades de Conservação. A Flona do Amapá e a porção sudoeste do ParNa Tumucumaque sofrem grande pressão pelo acesso à caça, que em geral não tem objetivos de subsistência, mas costuma ser explorada para comercialização, o que representa um impacto na fauna local. A não recomposição da fauna impactada pode representar a diminuição ou até mesmo a extinção de espécies da fauna endêmica, a longo prazo. É com esta preocupação e com este cuidado de conservação da riqueza ambiental, que também representa a riqueza cultural desta região, que são realizados esforços de proteção da biodiversidade nestas áreas protegidas. 

Na região onde ocorreu a operação, bacia hidrográfica do rio Araguari, não existem moradores dentro do parque, sendo que a comunidade mais próxima está localizada a 15 km do seu limite, no assentamento agrícola Perimetral Norte. Na Flona do Amapá há três famílias morando em seu interior, que possuem boa convivência com os objetivos de conservação que o ICMBio tem a missão de cumprir.

Os caçadores que agem na região se deslocam de suas moradias, muitas vezes localizadas em comunidades ou cidades distantes a mais de 50km, para estas UCs. Há evidências de que a carne de caça é comercializada para uma clientela urbana que geralmente encomenda e arca com os custos logísticos das caçadas.

Área da Operação - Bacia do rio Araguari



Animais apreendidos durante operação no PNMT e FLONA. Foto: Érico Kauano